12 de jun. de 2007

Lean Production, Produção Enxuta ou simplesmente Sistema Toyota de Produção

Na década de 1960, a Toyota Motor Company, sob a liderança de Taichii Ohno, implementou uma alternativa à produção em massa para gerenciar o sistema de produção, a “produção enxuta”, com princípios diferentes dos da produção em massa, particularmente em relação à gestão dos materiais (matérias-primas, produtos em processo, componentes, conjuntos e produtos acabados) e ao trabalho humano nas fábricas. Esse novo modo de produção tem como base o Just-in-Time, onde a função logística assume grande importância para o sucesso das operações. a autonomação (automação com um toque humano - a independência entre o sistema produtivo e o homem), a polivalência dos trabalhadores, o defeito zero, o kaizen, a produção em pequenos lotes, entre outros, passaram a ser os elementos do paradigma que se firmava neste sistema a produção deve ser puxada pelos clientes de acordo com a demanda e não apenas empurrada para os estoques.

Com a consolidação da nova ferramenta gerencial durante os anos de 1980, o Japão alcançou altos índices de crescimento vários setores econômicos, tendo como símbolo típico a própria Toyota que, neste primeiro trimestre de 2007, ultrapassou a tradicional GM no mercado mundial de venda de veículos.


Essa forma de produção constitui-se no paradigma dominante atual do mundo produtivo em termos de produtividade, qualidade e flexibilidade das operações industriais. Desta forma a empresa deve buscar maneiras criativas e práticas da gestão da produção visando otimizar os processos com o objetivo principal de cortar desperdícios, diminuir custos de investimentos e a utilização plena da mão-de-obra, através da capacitação para aspectos relacionados à motivação e comprometimento da mão-de-obra, à organização e cuidados em relação ao posto de trabalho, à melhoria contínua, o desempenho de multitarefas.

Na Toyota o emprego é garantido desde o pós-guerra através do emprego vitalício. Nem mesmo nos momentos mais difíceis, como no caso da crise do petróleo em 1973, ou da crise que se assola atualmente no Japão desde a queda do milagre econômico japonês do final dos anos 80, a Toyota não tem desfeito esse acordo unilateralmente. Mas, isso apenas é possível devido à existência de um cano de escape. Ou seja, existe os funcionários regulares e os não-regulares que são os trabalhadores temporários, os trabalhadores externos (contratados via empreiteira ou sub-contratadas), os part-time (horário não integral) e os trabalhadores sem vínculo empregatício. Apenas aos funcionários regulares é garantido o emprego. Os demais ficam a disposição das alterações de mercado. Quando a crise é tão grande a ponto de até mesmo os funcionários regulares ficarem ociosos, a Toyota transfere os mesmos, temporária ou definitivamente, para as empresas sub-contratadas que geralmente têm um número maior de trabalhadores sem vínculo empregatício.

Aplicando o modelo da produção enxuta dos japoneses, as empresas americanas e européias introduziram suas próprias modificações na estrutura organizacional, para acomodar novas tecnologias da informática. Com a chamada reengenharia as empresas estão achatando suas tradicionais pirâmides organizacionais e delegando, cada vez mais, a responsabilidade pela tomada de decisão às equipes de trabalho, provocando um corte profundo na folha de pagamento e no processo, eliminando milhões de empregos e centenas de categorias de trabalho, principalmente os não qualificados e semi qualificados que continuam a ser cortados com a introdução de novas tecnologias de informação e de comunicação, alcançando também a. gerência média que por sua vez também está sendo ameaçada de extinção.

No Brasil, A produção enxuta teve grande divulgação a partir da década de 1980. Boa parte das empresas implantou parcialmente o sistema de produção enxuta, devido a entenderem ser complexo. Devido aos aspectos tácitos (implícitos) do conhecimento, a simples cópia de seus métodos e procedimentos técnicos (conhecimento explícito) não é suficiente para a sua eficaz transferência para outras empresas. Mesmo assim, alguns dos princípios operacionais do sistema de produção enxuta foram eficazmente implantados nas empresas nacionais, em virtude da concorrência, sobretudo em empresas multimacionais mais especificamente do setor automoivo, com resultados significativos.

A falta de profissionais especializados em logística, para aplicação deste sistema, por sua vez, leva as empresas a investirem na montagem de centros de pesquisas e contratação de professores das melhores universidades federais para fazer esta formação.

Os conceitos da Produção Enxuta vêm sendo largamente aplicado em diversas indústrias no Brasil tais como a Alcoa, a Ford , a GM, a Volkswagen do Brasil, a DaimlerChrysler do Brasil, a Visteon, a Eaton, a Delphi, a Meritor, para citar apenas algumas. O setor de serviços têm observado as vantagens da produção enxuta e também já lança mão da ferramenta, apesar de um grau maior de dificuldade devido as características próprias da linha de serviços que tornam mais difícil a implementação.


Fontes:

http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n4_dezembro_2002/tecnologia1_a_gestao_da_producao_nos_ultimos.pdf
http://www.guiadelogistica.com.br/ARTIGO131.htm
http://www.numa.org.br/gmo/itens/ferramprodenxuta.htm
http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=39&rv=Vivencia

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