Por João Ribeiro
Hoje eu me deparei
Com uma fatalidade:
Cheguei para trabalhar
E,sem qualquer caridade,
Me disseram, curto e grosso
Como faca no pescoço,
Tá demitido, de verdade !
Fiquei sem entender
O que estava acontecendo.
Corri para a produção
E fiquei logo sabendo:
Contrataram um computador
Que dispensa o operador
O serviço já está fazendo.
Olhei pra cara dele
E deu vontade de quebrar
Aquela figura quadrada
que vivia a me espreitar
e, depois de fazer tanto,
pra meu grande desencanto,
Puseram no meu lugar.
Lembrei, naquele momento,
Que, há alguns anos atrás,
Me ofereceram um treinamento
Para eu aprender mais.
Porém, sem humildade,
Falei com autoridade,
Meu serviço eu sei demais.
Fiquei de frente à máquina
E logo surgiu um rapazinho,
Sentou-se de frente dela
E logo, bem ligeirinho,
Digitou algum comando,
atento, fiquei olhando,
Fez tudo bem direitinho.
Quando o rapaz se virou
Tive um susto danado !
O moleque que estava
No meu lugar empregado
Era meu próprio filho,
Mostrando todo seu brilho,
Êta, moleque arretado !
Descobri, às duras penas,
Que o novo sempre vem.
Não tem como se evitar,
Isso jamais se contém.
É preciso se preparar,
Pra no tempo não parar
E não ser trocado também !
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